Renato Tavares

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segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Informação

Na palavra informação, é possível perceber nas três palavras/ideias que a compõe aquilo que acontece quando alguém obtém a informação: IN - FORMAR - AÇÃO.
Informação, portanto, é um ato de se formar para uma ação. Aquele que se informa, está se capacitando para uma ação.
Essa reflexão me ocorreu por acompanhar nos últimos dias o processo de campanha eleitoral que atravessa o Brasil, nos últimos dois meses.
Estamos a uma semana da eleição. No próximo domingo, iremos decidir o que queremos para os próximos quatro anos: elegeremos deputados, senadores, governadores e o/a presidente.
No início da campanha, ocorreu a morte do candidato Eduardo Campos e sua sucessão por Marina Silva. As primeiras pesquisas indicavam a vitória da acreana, e as derrotas de Dilma do PT e de Aécio do PSDB. Então, as campanhas dos supostos dois derrotados partiram para o ataque e desconstrução da imagem de Marina do PSB.
Não estou refletindo sobre se acho correto ou não essa estratégia de avance político. Estou refletindo sobre o processo de IN-FORMAR para a AÇÃO.
Como é possível saber, VEJA e ISTO É são duas revistas oposicionistas ao governo do PT, portanto, fonte de informação para os militantes do PSDB. CARTA CAPITAL E BRASIL 247 são duas revistas que não se cansam de defender o governo do PT, portanto, fonte de informação para os militantes do PT.
O inevitável aconteceu.
Acompanho, estarrecido, alguns de meus amigos psdbistas ferrenhos citando BRASIL 247 para mostrar que Marina não é isso que aparenta ser. Mais assustado fiquei com amigos meus petistas citando VEJA para desconstruir a imagem de Marina
O inevitável aconteceu.
A dita esquerda partindo para a ação após se informar nos manuais de informação da dita direita, a dita direita partindo para a ação após se informar nos manuais de informação da dita esquerda.
O inevitável aconteceu.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

FOCO

Jorge era um jovem que aparentava ter um objetivo definido na vida e saber onde queria chegar.
Porém, ele escutava muito o que as pessoas opinavam sobre sua vida, sobre seu comportamento, sobre o que o faria feliz.
- Não sei, mas acho que esse curso que você está querendo fazer não é o melhor - dizia Lucas, seu "amigo".
- Eu sempre quis fazer esse curso, a vida inteira eu pensava em seguir essa carreira - retrucava Jorge.
- O mercado de trabalho não está bom para essa área.
- O mais importante é ser feliz naquilo que se fazer.
- Como ser feliz se você não encontrar oportunidade de trabalho em sua área, ficará com o bolso vazio.
- É, acho que você tem razão.
Assim, Jorge deixou de fazer o curso que sempre dizia que queria, que era sua vocação, e foi tentar um curso que estivesse mais em alta, cujas expectativas de emprego fossem maiores, cuja remuneração fosse grande.
Tempo depois, Lucas se encontra com Jorge.
 - Nossa! Fiz o curso que você dizia ser sua vocação. Realmente, não há nada melhor que trabalhar nessa área, você trabalha com alegria, a remuneração vem por consequência. Não sei se trabalho ou me divirto.
- E o mercado de trabalho?
- O importante é ser feliz, fazer aquilo que mais agrada, que traz felicidade.
- E a remuneração?
- O mercado sempre está disposto a remunerar melhor aqueles que trabalham melhor.
- Nossa! Até ganho um pouco mais, em meu trabalho (retrucou Jorge), mas o trabalho é cansativo, chato. Se tivesse outra oportunidade, eu mudaria de área, mas tem que ser uma área que paga pelo meus títulos.
- Jorge, o mercado sempre está disposto a remunerar melhor aqueles que trabalham melhor.
Assim, Jorge outra vez deixou de fazer o que aparentava ser sua vocação para dar ouvidos às opiniões alheias. Na verdade, não sabia qual era seu objetivo, não sabia onde queria chegar.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Novos Horizonte

"Vê se toma juízo e acaba com essa constante peregrinação"
Desse modo, Daiana disse "até logo", antes que eu deixasse Bambuí e partisse para Formiga. Porém, antes tive que passar por Belo Horizonte e, tanto na ida, quanto na volta eu pensava comigo que, realmente, minha vida, até então tinha sido uma constante peregrinação.
Uma década no Rio, outra no Pará, umas passagens por Venezuela, Paraíba, até chegar a Minas, e estar por aqui, quase outra década.
Peregrinação!
Boa definição para o que considero minha vida, uma constante de chegadas e partidas, fazendo amigos, ora por aqui, ora por ali, sempre indo, talvez não sem rumo, mas numa contínua mudança.
Agradeço o que pude experimentar nesse ano em Bambuí, mas agora é seguir em frente, novos horizontes, agora, em Formiga, que espero que seja minha casa por um longo tempo.
Como "sabiamente" me advertiu Lucas, é melhor não querer encontrar um lugar para chamar de meu, pois quando isso acontecer, significa que já estou pronto para morrer, o que apesar de nunca saber quando, espero que ainda não esteja próximo.
Por ora, abertura, disponibilidade, simpatia para, outra vez, chegar e tornar-me familiar nessa cidade, que sim, escolhi para viver.


   

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

IFMG campus Bambuí

Interessante é observar nos olhos dos meninos e meninas, que ingressam no IFMG campus Bambuí, a alegria da conquista de poder estudar em uma "Federal" como dizem por aqui, em Bambuí, MG, ou como leio em algumas camisas: "Foi mal, a minha é Federal"
A alegria que se manifesta no prazer com que alguns estudantes retiram seus cabelos e exibem com orgulho, pela cidade, suas carecas reluzentes. Alegria que se manifesta no prazer com que algumas estudantes pintam seus rostos e exibem com orgulho, pela cidade, as marcas da aprovação.
É claro que observo alguns exageros, mas não estou a comentar a civilidade ou não dos chamados trotes.
Estou a comentar como é bom ver a alegria nos rostos desses meninos e meninas que ingressam no IFMG campus Bambuí. É claro, como os chamados "kaloros", ou "bi-kaloros" costumam ressaltar, é difícil, os professores, a instituição, são exigentes. Porém, nos mesmos rostos alegres, observo, também, a determinação e coragem de aceitar o desafio, a ousadia de dizer estudarei mais se preciso, a certeza de que dias melhores estão reservados para aqueles que se esforçam.
Agora, sim, posso desejar a todos felicidades em 2014!

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Povo Feliz

Dizem, por aí, que o primeiro passo para o empreendimento é imaginar, sonhar, idealizar um projeto. O segundo passo é traçar os objetivos, as metas e detalhar como serão atingidas as etapas do projeto. Depois, trabalhar arduamente, sem cessar. Outros passos necessários, avaliar, refazer alguns objetivos, algumas metas, voltar ao trabalho árduo...
No início de mais um ano, além das velhas reclamações sobre o calor, a avaliação de alguns economistas de que, por fim, o país irá quebrar, ou as análises sobre as campanhas políticas, sobre a copa, sobre os aeroportos, sobre as estradas, leio uma reportagem de que o brasileiro é o décimo povo do mundo em otimismo.
Interessante, pois os especialistas afirmam que o Brasil não vai bem, de que a economia está estagnada, de que o emprego está retraindo, etc. Interessante, pois em meio a tanto pessimismo, por parte de alguns setores da mídia, o brasileiro é o décimo povo mais feliz do mundo.
Não sou especialista, luto muito contra o pessimismo, sempre estou disposto a ouvir notícias que confirmam que a coisa está feia, mas saber que o brasileiro está feliz, que é otimista, faz com que, no início deste 2014, no momento em que estou planejando o ano, traçando os objetivos, as metas, eu considere com otimismo e encanto o futuro, que ouça esse povo feliz, otimista.


terça-feira, 26 de novembro de 2013

Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus

"Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito". (Rm 8, 28)
Há três anos, passava pela Fernão Dias, acreditava naquela época que passara por Bragança Paulista. Há três anos, passava por uma placa próxima à estrada que afirmava que tudo acontecia, cooperava, para o bem daqueles que amam a Deus.
Fiquei confiante!
Fui aprovado para o Mestrado em Filosofia.
Há quase duas semanas, passava agora sim, pela cidade de Atibaia, quando fui surpreendido pela mesma placa, que impregnava meu coração da mesma certeza de que as coisas aconteciam para meu bem, pois eu amo a Deus.
Confiante, outra vez!
Fui aprovado para o Doutorado em Filosofia.
Naquela época, tinha me inscrito em um mestrado, após ser reprovado por três vezes em outro. Eu me inscrevi apenas para ver o que acontecia. Fui aprovado e cursei o melhor mestrado que poderia ter imaginado.
Dessa vez, não sei por que, mas me inscrevi em um doutorado que acredito ser bom, apesar de novo, tem um corpo docente respeitável. Estou confiante em fazer o melhor doutorado que possa imaginar.
Escrevi essas linhas para registrar que, embora às vezes cansado, desanimado, sem muita esperança, é preciso seguir em frente, confiar, acreditar que realmente, quando se ama a Deus, todas as coisas acontecem, cooperam para o bem de seus filhos.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Massa de manobra

- Os jovens de hoje são alienados, não têm consciência política, não protestam por nada, vivem trancados em casa, presos ao computador.
Com esses pensamentos, Isaac acreditava que a juventude contemporânea era apolítica, não se posicionava, não expressava sua opinião, pior, segundo ele, a juventude contemporânea não tem conhecimento da realidade, vive sabe-se lá em que mundo.
Os tempos mudaram, Isaac começou a presenciar a juventude tomar conta da rua, a ocupar os espaços públicos, a tomar as praças, a reivindicar seus direitos, a exigir mudança na forma com que os governantes administram as coisas públicas.
- A juventude acordou, fazia tempo que estava dormindo, pensava que nunca iriam lutar por seus direitos, acreditava que não tinham consciência política.
As manifestações continuaram, intensificaram-se. O que ocorria apenas em dias esporádicos começou a ocorrer todos os dias, impedindo o fluxo dos carros na cidade em que Isaac residia. Pior, começou a ocorrer conflitos entre os jovens e a polícia, cenas de violência eram vistas por todos os lados.
- Essa juventude é baderneira, um bando de vândalos, impedem as pessoas de usufruir dos espaços públicos, não tem jeito, são uns inconsequentes, massa de manobra.